31.5.05

Ler sem ler é mais que ler

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Incendeiam-te os caracteres de fogo, os carácteres de fogo? Um arder sem arder. Um ardor sem arder. Uma dor de arder. Um alor a arder.
Sentindo mais que lendo. Sendo.
Não me leias nem tão pouco, sê espaço percorrido em lugar mais que investido.

(simbolicamente cremado; para ti uma pequeníssima caixa de madeira de cedro com um pouquinho do pó que um dia existiu e se achou ser e leu runas e flashou com tua e com sua aura e os nomes que sentidos mais que eles investidos)

[ou ainda como investir recorrente como comunicares imaterialmente]

{Estela. No altar de ti}


26.5.05

Volvo Ignoto *

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Ignoto, Moglie di patriota visita il marito detenuto, Olio su tela, s.d., Napoli, Museo nazionale di S. Martino




Eis a sétima de dez telas em

Il Risorgimento invisibile -
Documenti editi e inediti - Iconografia



*

{Por um ressurgimento invisível, 'na boa', o acrescento que se pedia não à toa};

(Ditosos os caminhos da constatação que pesa sobre nós e dói);

[após duas semanas regresso a casa. de noite e assim assumido, ignoto o fio condutor. sem nomes de nomes maiúsculos];






24.5.05

Mértola (Íssmi Dani)

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Mértola (Íssmi Alor)

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A leikom es salâm?

A salamo a-leikom:-)

10.5.05

Sobre essências do Hip-Hop não-moderno

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Eram exactamente 19 horas do dia 23 de Novembro de 2002 e ainda não havia sequer reivindicado-assumido minha identidade enquanto MC.
Minha afilhada, a 8 dias de perfazer seu 13º mês, Já.
Agora que resgato esta imagem como que tudo reluz de sentido essencialmente e em hip-hop. Nesta cozinha-mãe, toda a entoação de um movimento que é o que é e um mais ainda potenciado pelo exemplar não-humano babeiro que une tempos passados sob[re] desígnios de presciência conceptual. Talvez seja mesmo esta a capa de uma primeira comunicação com a seriedade que se impõe, assim a Francisca o entenda também.


Sobre essências do Hip-Hop não-moderno estarmos e querermos ser comunicando, lembrando o gerúndio nominal ser um sabendo realmente ser o sal para a comida da vida nunca rimar desenxabida.



4.5.05

Algo (ou como as pesquisas de imagens no Google podem ser do mais sintomático)*

Image hosted by Photobucket.com "Algo a dizer"

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* Algo entre o que existe para dizer e um em si mesmo, concreto e abstraído, encontrado perdido num post(o) este e ou isto, servindo o presente de presente para a de sempre questão do inconsequente.
Algo sem logias, ciências ou géneros-a-dias. Invocada a transfiguração, a carruagem representativa - o vagão da persona - atrela-se à alucinação, imprevisível de costumes e posturas que puxam, repuxam e esticam os limites da sanidade enquanto se nos queimam as plantas dos pés.
Quando se trata de ser o sal da terra há que ser sério?
Algo me dizes, sim, tanto,
Confuso entre vírgulas d' esperanto e letras de novo forjadas.
Lago me dizes, cristalino, belas as palavras nesse acento que me faz fazer o pino e tremer
De luz de azul de sol de sul...


2.5.05

Emboscadas em Fermentelos


Passavam alguns minutos das 21h30 da última noite de Abril de 2005 - Sábado - quando cheguei ao Centro Cívico de Fermentelos a fim de assistir à primeira Emboscada operada na terra pela d'Orfeu, associação cultural. Em tão singular conjuntura, poder-se-ia dizer a sintomática expressão ‘os últimos são os primeiros’, o fim do sentido mês dos cravos [e das mil (tristes vezes quase zero este ano) águas] pautado pela inaugural performance a ele em grande parte dedicada.

Finalmente!, terá pensado uma apreciável parte dos fermentelenses, sabedores da valia cultural da associação em si e de suas produções, finalmente a d'Orfeu vem cá, finalmente entre nós. Claro e sobretudo que, além dos cartazes espalhados pela vila, da veiculação da imprensa e das comunicações informais, a “nunca por demais vezes nomeada” grandeza cultural e associativa de Fermentelos não deixaria de dotar o evento da mais vibrante moldura humana. Outras iniciativas afectas à d’Orfeu e a seus múltiplos contactos, de resto, seriam até, com certa solenidade, anunciadas à comunidade no fim do concerto. Escusado dizer, pois, que em causa uma primeira de muitas e muitas outras realizações. De cultura, afinal, os fermentelenses se não fartam. Redundante, então, mencionar a lotada plateia do Salão da Junta de Freguesia.

Nada. Vazio, o Salão que serviu em tempos de C+S provisória para mim e muitos colegas se “educarem fisicamente” (constrangimento apreciável na forma e no conteúdo esse) não era mais do que a salinha do preconceito nativo, onde, iniciado o concerto, se poderia contar pelos dedos de escassas mãos as pessoas da terra. Talvez mesmo músicos e seus e suas joviais acompanhantes ‘de fora’ fossem mais que as ditas personas. Deve-se depreender que a interpretação da d’Orfeu de Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira ou Fausto não é digna da audição fermentelense? Decididamente por estas bandas os ares de Abril possuem certa vertigem insustentável, tomada como louca e caótica naquele mau sentido que demasiadas vezes se imprime às palavras de diferença.

A diversidade e a simultaneidade de realizações, à laia de semi-embaraçado pedido de desculpa proferido pelo Presidente da Junta aquando do agradecimento aos presentes e aos feitores do evento, teria impossibilitado uma melhor casa para o que qualificou como uma magnífica apresentação musical. Diferente, sublinhou, do habitual numa terra muito dada a suas Bandas. Implicitamente, assim, a constatação de um desinteresse colectivo face ao que não seja, no fundo, tradicionalmente apropriado e cristalizado. De qualquer modo e precisamente das Bandas vão surgindo animadores sinais experimentais. Aprofundá-los é um desafio contemporâneo à altura de seus admiráveis pergaminhos. Nisto da cena cultural fermentelense, suas palavras, actos e (o)missões são mais que decisivos.

Entre as esfuziantes contradições modernas que nos envolvem, importa questionar e tornar a inventar sob pena de se querer conservar uma mão cheia de coisa nenhuma à margem do tempo. Sempre urge, essencialmente, aprender com o Outro e fluir. Assim é comunicar.

Pela Emboscada, meu sincero agradecimento à d’Orfeu.

Até Já Abril,