13.9.04

Pragmatismo de bola

Visionada a primeira metade do desafio e ouvidos um par de minutos do último quarto da segunda, a conclusão a tirar do Vitória de Setúbal 2 - Sporting 0 é objectiva, clara e cristalina. A prévia declaração de intenções de Jê Couceiro foi uma constante material e efectiva da partida; à distância destas linhas posto o que passou pelas quatro essenciais do Bonfim, os termos do treinador sadino a que aludi em "Tautologia" parecem-me tão mais acertados..Afinal, à inversa imagem da lei percebida pelo sátrapa Pimenta Machado no futebol português, ontem era mentira, hoje é verdade (embora de bestas a bestiais - para, já agora, esmiuçar mais uma expressão do pédebola nacional - a diferença seja quase nula).

Enfim, duas bolas a zero para os da casa. Houve golos e houve justiça, não há bodes expiatórios, apenas leituras críticas das opções tácticas e afins de Jê Peseiro e aplausos para Jê Couceiro. A esperança no jogo reside mesmo é neste tipo de contundências - tipos golos, justiça e personas sub-40 sagazes ao leme, bem entendido.

Quanto ao Sporting, depois da alegria de grande parte do primeiro duelo em Alvalade ante o Gil, parece haver ocorrido uma mutação gigantesca, abissal. Nada mais recorrente, simples até: chama-se inconstância. É sempre bom lembrar o quanta sopa de grão e broa têm que comer os indivíduos-jogadores-e-seus gurus até se constituirem como equipa digna do nome colectivo. Para Miguel Garcia e Hugo, a observação-participante no campo terá que se transferir para a bancada, não?


São lições a verde e branco, senhor, ministradas pelas proletárias listas verticais às burguesas horizontais - «achega verborróide your bourgeious ass!», diz-me muito acertadamente o (pós-tautológico) pragmático Couceiro. Para mais tarde recordar, tarã!

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