26.9.04
Question Mark
Essencialmente, creio (eis o que creio), há um problema de expressão.
E por isso se escreve; por isso escrevo:
Que possas um dia sorrir, Jerusalém.
13.9.04
Pragmatismo de bola
Visionada a primeira metade do desafio e ouvidos um par de minutos do último quarto da segunda, a conclusão a tirar do Vitória de Setúbal 2 - Sporting 0 é objectiva, clara e cristalina. A prévia declaração de intenções de Jê Couceiro foi uma constante material e efectiva da partida; à distância destas linhas posto o que passou pelas quatro essenciais do Bonfim, os termos do treinador sadino a que aludi em "Tautologia" parecem-me tão mais acertados..Afinal, à inversa imagem da lei percebida pelo sátrapa Pimenta Machado no futebol português, ontem era mentira, hoje é verdade (embora de bestas a bestiais - para, já agora, esmiuçar mais uma expressão do pédebola nacional - a diferença seja quase nula).
Enfim, duas bolas a zero para os da casa. Houve golos e houve justiça, não há bodes expiatórios, apenas leituras críticas das opções tácticas e afins de Jê Peseiro e aplausos para Jê Couceiro. A esperança no jogo reside mesmo é neste tipo de contundências - tipos golos, justiça e personas sub-40 sagazes ao leme, bem entendido.
Quanto ao Sporting, depois da alegria de grande parte do primeiro duelo em Alvalade ante o Gil, parece haver ocorrido uma mutação gigantesca, abissal. Nada mais recorrente, simples até: chama-se inconstância. É sempre bom lembrar o quanta sopa de grão e broa têm que comer os indivíduos-jogadores-e-seus gurus até se constituirem como equipa digna do nome colectivo. Para Miguel Garcia e Hugo, a observação-participante no campo terá que se transferir para a bancada, não?
São lições a verde e branco, senhor, ministradas pelas proletárias listas verticais às burguesas horizontais - «achega verborróide your bourgeious ass!», diz-me muito acertadamente o (pós-tautológico) pragmático Couceiro. Para mais tarde recordar, tarã!
11.9.04
Recorte de bola
Proxenetas e opiófilos deitados em esteiras
Vêem a bola na sagrada comunhão de «só o árbitro não viu 'aquela mão'!».
Tautologia de bola
Noticia o Diário Digital:
José Couceiro e o jogo com o Sporting: «Vai ter golos»
Isto porque, depreende-se, jogar para zeros-zeros frente às equipas aglutinadoras de massas e ma$$a$ é coisa do passado,
«a fase das equipas pequenas que jogam fechadas frente aos grandes já passou».
Em suma, prossegue esta curiosa personagem da bola-no-pé nativa cujos créditos enquanto novo treinador (na senda do que a afirmação-bula de Jê Mourinho-em-si-próprio é feita ditar acerca das possibilidades de regeneração da modalidade tendo por base treinadores com menos de 40 anos apostados em surpreender vencendo e imperializando suas personas) se matizarão firmados ou se defraudarão, humilhados, posta esta época ao comando do Vitória de Setúbal (o benefício da dúvida, pois, que se segue ao Alverca):
«Em qualquer jogo um bom resultado é ganhar e portanto o Vitória quer ganhar. Mas, antes do jogo, posso dizer que um bom resultado é ganhar. Todavia, depois, posso achar que o empate foi um bom resultado. Tudo depende do jogo!»
À inconsequência da maior parte dos discursos das figuras que protagonizam a "Superliga Galp Energia" (ainda não consegui deixar de rir a pronunciar esta peculiar e pimba engenharia nominal tomada como designação do principal campeonato - se ao menos fosse a "Superliga Raivas Carlitos"...), acrescenta Couceiro mais uma achega verborróide...
Se no capítulo formal da perspectiva transpirada para imprensas e adeptos o riso continua a ser o melhor remédio, a ver vamos em campo. A seguir, portanto, atentamente, Domingo, Vitória de Setúbal - Sporting, mais a mais porque no banco leonino se senta esse outro sub-50 vindo das galáxias de Madrid para cultivar o espectáculo verde-e-branco horizontalmente listado, Jê Peseiro.
À tautologia da bola retornarei então, quem sabe que ilações caberão na 'relvadinha' que o Bonfim irá receber? Há uns anos, quando não havia galácticos mas havia os deliciosos galaks e começava a temporada e o meu preferido Krassimir Balakov resolvia uma interessante partida em Setúbal, o presidente do clube local, falando para Sousa Cintra, testa-de-ferro de então em Alvalade, disse algo como "Dê-nos o Balakov e o Setúbal será campeão"...Pérolas senhor, efectivas pérolas! Não é disto que o nosso povo gosta, camarada Perestrelo?!
10.9.04
Forma, sensação extranhada na quadra enviada
Deve ser porque não estou habituado, tal forma é-me estranha como ver-me sepultado
A sensação é de «esclarecido por oposição a turvado»
E fala-nos do futuro do passado visto vertebrado sem saber ler nem escrever
Tipo de coisa extranhada para ser e acontecer;
Na quadra o quadrado e neste o gume afiado do dedilhar alucinado
A bissectriz talhada - a talhe de foice - na primazia enviada
Pelo telúrico representante (via, a via é, i.e. :)
«Se te disser vulgar tu lerás diamante».
* Shape: "We Shape Our Selves. Wanting to Belong. We are Already One.", 2003, Deborah S. Whitman
** Feeling:"Feeling Life", Janette K. Hopper
*** Exo (born): "uurrraauaahhhgg", Exo, http://tabulas.com/~exo